segunda-feira, 18 de junho de 2007

O lado torto

Me inspiro na solidão de toda noite para criar a companhia de amanhã.
Porque o sol não me faz ver. Chega e grita a alma, silencia o movimento. À noite a mente corre, voa, flutua... viaja só para morrer à luz do dia.
Minha mente é o meu crime. Minha sujeira, minha alegria, luxo e doença. E se disfarça, se maquia, se põe santa e vendida. Se diverte e desmascara, chega ao ponto da loucura, mas sorri e se desfaz.
Minha mente não se culpa, não machuca ou se ressente. E invariavelmente, como uma serpente, sufoca e trai, e retorna majestosa ao seu trono decadente.
Minha mente fala aos gritos, se alimenta do orgulho e expulsa os sentidos. Sente dor por não ter dor, se aquece com o frio e, em choro fingido, embriaga a razão.
E no meio de flores, cores e brisas ela engana e se engana... e domina mais uma vez.
Ela só sabe vencer.

2 comentários:

Unknown disse...

Tô sem palavras....Finalmente uma intelectual na família! Virei fã!!

Anônimo disse...

Putz! Palavras certas usando palavras incertas. Perfeito! Inefável!
Amo. :]
Bjones!!!