segunda-feira, 25 de junho de 2007

Desconstrução

Ela rejeitou seu toque...
E sorrindo um sorriso frio ofereceu-lhe a visão amarga da partida. Já se foram verões, mas o gelo insistia em lhe fazer tremer. Ainda esperava o dia em que aquela porta se abriria deixando correr a dor daquele silêncio tão fatal.
E tão necessário foi explicar o que sabia dispensável compreender que se pôs a proferir palavras ao vento em jurados desesperos, deixando-as seguir sem rumo como flechas lançadas sem alvo que perdem a força e caem por terra, infelizes na sua morte vã.
Resta-lhe o ódio como amigo, já que a culpa esvaiu-se tão rápido. E este, rindo-lhe inconseqüente, cava seu túmulo e lhe aponta o destino.
Criada pelo não, ela só soube dizer sim. Guiada pelo afeto, ela fez-se dura e fria. Protegida pelo apego, só restou-lhe a solidão. E então, conformada e amparada, decidiu-se em passos firmes, deixando sempre algumas pegadas.
Deu-se ao luxo do deslize e agora as torres que a cercavam transformam-se em ruínas contrariando toda a sua onipotência. Sem classe, sem charme, ela desvia o lixo e tenta, em vão, fugir das pedras que caem sem sossego e constroem seu muro cruel e intransponível.
Uma palavra mudaria tudo, mas não ousava saber. E enquanto não aprendia, via o mundo em queda brusca, certa de que não teria fim.

3 comentários:

Maikel De Abreu disse...

sei sobre o q quer dizer...
Sincera cumplicidade.
Perturbou-me.

Vento disse...

eu nem sabia que vc tinha blog..

me senti um extraterrestre heheheh

Vivian Fiorio disse...

Acontece comigo também heheh

Vou colocar teu link, tinha esquecido ;)