terça-feira, 23 de outubro de 2007

O vento leva

Bom te ver abrindo os olhos, percebendo as cores... Tracei um caminho e te vejo agora percorrendo-o aos poucos, um tanto temerosa, um tanto curiosa. Não pisa mais nas minhas pegadas, já faz as próprias marcas, querendo mostrar que esse caminho pode ser o teu também.
É bom te ver perder a penugem, questionar os sonhos... Sei que é doloroso, não há outra fórmula. Se houvesse, certamente já teria te mostrado.
Simplesmente tu abre a porta e olha para trás. Não sei se espera que eu peça para ficar, mas apenas fico lá te observando. Não vou correr e segurar tuas pernas. Pelo contrário, posso até chegar ao parapeito e te dar um empurrão. Assim voarás mais alto... mesmo que eu saiba que é difícil querer ficar no chão depois que se aprende a voar.
Pois agora fica aquele vazio estranho debaixo das minhas asas, não posso mais te segurar.
Quero, e quero sempre que voe, que sinta o vento contra o rosto e perceba que pode vencê-lo fácil. Ignore meu olhar perdido, meu sorriso morto. Ignore se eu te parecer tão longe quando olhar lá do alto e minha imagem diminuir até sumir. Faço isso para que vire para frente e veja o mundo que te espera. E espero e quero que esse mundo seja lindo e imenso, tanto que mal encontre tempo para conhecê-lo totalmente. E que o medo de cair passe logo, pois quando aprender a dominar teu vôo, o percurso ficará tranquilo e só aí compreenderás... só então saberás quando parar. Pois sempre poderá recomeçar tão logo ouça os ventos te chamarem.

O travesseiro perdeu teu cheiro, ou será que teu cheiro não é mais o mesmo?